Descrição:

O livro «As Emoções - Guia Prático» foi criado para pais, educadores, professores e terapeutas com o intuito de ajudar as crianças a acolherem e a gerirem os seus sentimentos.

Este livro foi pensado em equipa, como uma ferramenta de trabalho para familiares de crianças e profissionais de educação. Ao longo de anos de experiência, apercebemo-nos da escassez de material útil aos profissionais de educação e às famílias na exploração das emoções com as crianças.
Neste sentido, surgiu a necessidade de criar um instrumento de trabalho mais abrangente, com recurso à música, a atividades de exploração e de resolução emocional, devidamente contextualizado pelos olhares da Psicologia, da Psicomotricidade, da Terapia Familiar e da Musicoterapia.

Falar e abordar as emoções com as crianças será sempre muito mais do que uma simples conversa. Esta temática parece estar, atualmente, na moda. No entanto, há alguns equívocos comuns que costumam surgir, maioritariamente, por desconhecimento. Talvez pelas nossas vivências e, consequentemente, pela experiência daqueles que nos “ensinaram”, tenhamos aprendido, de uma forma generalizada, que é errado estar triste ou que é feio estar zangado.

Ao longo da nossa infância, aprendemos que algumas emoções são “melhores do que outras” (levando-nos a acreditar que existem paradoxalmente emoções “boas” e “más”) e acabamos por desvalorizar, minimizar e censurar as consideradas “más”.

O que não percebemos (e por isso também não ensinamos) é que:

- todas as emoções são úteis à nossa vida e ao nosso dia a dia;
- todas as emoções são igualmente importantes;
- não expressar as nossas emoções não diminui a necessidade de as expressar;
- não podemos ter umas emoções sem as outras;
- não podemos controlar emoções (podemos aprender a geri-las);
- reprimir emoções não é o mesmo que geri-las.

As ideias que nos são transmitidas e que construímos ao longo da vida levam-nos, facilmente, a sentir desconforto sempre que outra pessoa experimenta uma emoção que possamos considerar negativa ou “má”. Afinal, se não expressamos a tristeza ou a raiva, como é que poderemos lidar com essas emoções advindas das pessoas que nos são próximas ou com as quais temos de trabalhar? Assim, perpetuamos (em nós e nos outros) a ideia de que é suposto só sentirmos emoções agradáveis e que não é aceitável sentirmos e expressarmos emoções desagradáveis. Alimentamos, portanto, um ciclo de evitamento e negação destas emoções, com consequências negativas para o nosso bem-estar emocional.

Em Laços - Equipa de Intervenção Terapêutica
AUTORAS: Ana Esperança / Patrícia Calado / Susana Luís / Sara Carvalho